Data de referência: 18 a 24 de julho de 2022
Cenário Internacional
Estados Unidos
A temporada de resultados da principais empresas do mercado americano começou a ficar robusta, durante a última semana, tivemos como destaques a divulgação da gigante do streaming, Netflix (NFLX), na terça-feira (19), e a companhia do polêmico Elon Musk, a Tesla (TSLA), na quarta-feira (20). Ambas tiveram resultados que o mercado entendeu como positivos, e as ações das duas empresas subiram mais de 10% na última semana.
Netflix (BDR: NFLX34, NASDAQ: NFLX)
A Netflix apresentou na última terça-feira (19) seus resultados referentes ao 2° trimestre de 2022, a companhia reportou uma receita de US$ 7,97 bilhões vs. US$ 8,04 bilhões projetado pelos analistas, já o lucro por ação (LPA) foi de US$ 3,73 vs. US$ 2,98 esperado pelos analistas, uma surpresa positiva de 25,2%. O mercado gostou dos resultados e as ações responderam durante a semana, acumulando uma alta de 14,38%.
O principal destaque do resultado ficou por conta da queda de assinantes que foi melhor do que o esperado e divulgado pelo guidance da empresa, a Netflix havia divulgado que a expectativa era de uma perda de aproximadamente 2 milhões de assinantes no último trimestre, no entanto, perdeu apenas 970 mil durante o período. Tudo converge para que a empresa comece a mudar algumas coisas nos próximos meses, diferentemente da maioria dos outros players do setor, a Netflix nunca optou pelo uso de anúncios em sua plataforma, algo que parece que tende a mudar em 2023, a empresa informou que pretender lançar no ano que vem um plano de assinatura de baixo custo, que deve ser sustentado por anúncios, em parceria com a Microsoft (MSFT).
Além do lançamento de um plano de assinatura de baixo custo e do início da implementação de um plano de compartilhamento pago, o guidance da empresa apontou que espera uma adição líquida de 1 milhão de assinaturas no 3° trimestre de 2022.
Medidas recentes da Netflix buscam acabar com problemas históricos da empresa.
Fonte: Statista
Tesla (BDR: TSLA34, NASDAQ: TSLA)
Comandada pelo sempre polêmico CEO, Elon Musk, a Tesla reportou na quarta-feira (20) seus resultados referentes ao 2° trimestre de 2022, a companhia surpreendeu o mercado com seus lucros, mesmo com uma entrega de veículos bem menor do que nos últimos dois trimestres. A receita veio em linha com a expectativa do mercado, de US$ 16,9 bi; já o lucro por ação (LPA) foi de US$ 2,27 vs. US$ 1,83, uma surpresa positiva de +24% sobre o consenso. O resultado veio muito melhor do que o esperado pelo mercado, a empresa sofreu bastante devido aos contratempos ocasionados pelas restrições contra a COVID-19 na China e a escassez de semicondutores e problemas logísticos.
As ações da empresa subiram 11,25% na última semana, boa parte da alta após a divulgação do balanço. A empresa reiterou suas projeções para continuar aumentando o volume de produção de seus veículos em 50% anualmente.
Principais destaques do 2° trimestre de 2022 da Tesla.
Fonte: IR Tesla
Na seara de indicadores da principal economia do mundo, destaque para piora dos dados de atividade no país, as vendas de moradias existentes nos EUA contraíram pelo quinto mês consecutivo e atingiu o menor patamar em dois anos, a forte elevação das taxas de juros vem contribuindo para a piora dos indicadores das famílias, o preço médio dos imóveis residenciais saltou 13,4% na comparação interanual, renovando a máxima histórica (US$ 416 mil).
A quantidade de pedidos de auxílio desemprego também preocupa, a taxa continua a subir no país, apontando que o mercado de trabalho vem perdendo força conforme a situação piora e a inflação acelera.
A última semana foi positiva para o mercado de ações americano, o S&P500 subiu 2,55%, o Dow Jones fechou a semana com uma alta de 1,96% e o NASDAQ foi o melhor, com uma alta de 3,33%.
Resultados reportados na última semana no mercado americano.
Fonte: Interactive Investor
* PMO = Antes do mercado abrir (do inglês, Pre Market Open), AMC = Depois do mercado fechar (do inglês, After Market Close).
Europa
No contexto político europeu, na quinta-feira (21) ocorreu a renúncia do primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, após seu governo de coalizão de unidade nacional entrar em colapso. Após o fato, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, dissolveu o parlamento italiano para prosseguir com uma eleição antecipada. Mattarella informou que a eleição deverá ser realizada dentro de 70 dias, sendo a data a ser definida pelo governo no final de setembro.
Renúncia de Mario Draghi, primeiro-ministro italiano – Foto: Ludovic Marin/AFP
Na terça-feira (19) a Comissão Europeia propôs um corte no consumo de gás natural do bloco de 15% no período entre 1 de agosto e fim de março. O plano – inicialmente voluntário – afeta toda a cadeia energética, desde usinas e indústrias até as famílias europeias. A medida refere-se a uma preparação contra a possível suspensão de exportações de gás russo para a região como retaliação às sanções impostas contra a Rússia pela invasão na Ucrânia. Um corte de fornecimento de gás pela Rússia pode colocar em risco a segurança de abastecimento energético além de afetar a economia até 2023.
Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen: “a Rússia está nos chantageando. A Rússia está usando a energia como arma. E, portanto, em qualquer caso, seja um corte parcial, um grande corte ou um corte total do gás russo, a Europa precisa estar pronta”. Segundo estimativas da Comissão, um corte de fornecimento de gás à União Europeia poderia reduzir o Produto Interno Bruto do bloco em até 1,5% caso o inverno seja intensificado e a região não dispor de mecanismos de economia de energia.
Retomada de fornecimento de gás através do Nord Stream 1 – Foto: John Macdougall
O gasoduto Nord Stream 1 retomou o transporte de gás na quinta-feira (21) após as manutenções desde 11 de julho, porém com a capacidade de apenas 40% – fluxo que já estava ocorrendo desde junho devido à retaliação russa contra as sanções impostas.
Na sexta-feira (22) a Ucrânia e Rússia assinaram um acordo para que Kiev possa exportar grãos – principalmente o trigo – pelo Mar Negro. No momento, a Rússia detinha o controle sobre as principais cidades portuárias ucranianas e não havia possibilidade de trânsito livre na região. Dessa forma, países da Europa e África poderão voltar a consumir os produtos oriundos da Ucrânia. Este é o primeiro grande acordo firmado entre ambos os lados após a invasão em 24 de fevereiro, sendo intermediado pela ONU e pela Turquia.
A exportação de trigo pelo Mar Negro é ponto-chave no acordo entre Rússia e Ucrânia – Foto: AFP
“[…] E que não haja dúvidas – este é um acordo para o mundo. Trará alívio para os países em desenvolvimento à beira da falência e as pessoas mais vulneráveis à beira da fome, e ajudará a estabilizar os preços globais dos alimentos.” Afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres em seu discurso.
Em relação aos indicadores econômicos, na terça-feira (16/07) ocorreu a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor, o valor anual foi registrado em 8,6% ante os 8,1% de junho, sendo a máxima histórica.
Na quinta-feira (21), o Banco Central Europeu anunciou a elevação da principal taxa de juros da zona do euro em 0,5 ponto porcentual. Em junho, o BCE havia sinalizado uma elevação de 0,25 p.p., mas houve a demanda de maior agressividade e, dessa forma, inicia-se um ciclo de alta para combater os níveis recordes inflacionários, puxados principalmente pelas altas nos segmentos de energia.
Em seu discurso na quinta-feira (21), Christine Lagarde afirmou que a inflação da zona do euro está elevada e as persistentes deficiências na cadeia produtiva e enfraquecimento do euro podem ser responsáveis pela tendência.
Segundo Christine Lagarde: “a guerra também pode pressionar a confiança e agravar gargalos de oferta, ao mesmo tempo em que os custos de energia e alimentos podem ficar persistentemente mais altos do que o esperado”.
Na quinta-feira, o BCE também anunciou a criação do Instrumento de Proteção de Transmissão – um mecanismo que pretende diminuir as diferenças entre os custos de empréstimos dos países do bloco.
As ações europeias registraram a melhor semana em dois meses. Na sexta-feira, o índice STOXX 600 fechou em alta de +0,31% a 425,71 pontos e o acumulado na semana apresentou um salto de +2,9%. Isso pode refletir o otimismo dos investidores com a retomada de fornecimento de gás pelo gasoduto Nord Stream 1, além da diminuição de preocupações relacionadas a possíveis crises no fornecimento de energia.
Ásia
A economia japonesa começa a dar sinais de exaustão após ganhos resultantes da queda dos casos de COVID e relaxamento das restrições no país. Além disso, o país viu o número de casos disparar em julho e atravessa agora pior onda de COVID desde o início da pandemia, mas ainda não voltou a impor restrições. Dito isso, vemos o Japão em uma posição enfraquecida diante do cenário de desaceleração e aperto monetário mundiais, já que o país sofre com a assimetria entre oferta e demanda e reflexo da guerra na Ucrânia e mantém sua política monetária inalterada, fatores que contribuem para novas desvalorizações do iene frente aos pares globais e impulsionam a inflação, que já é a maior em 7 anos e meio.
A produção desacelerou para a mínima de 4 meses na prévia de julho em função da escassez de matérias-primas e aumento dos custos de energia e salários, que acabaram impactando os novos pedidos e consequentemente a produção. Isso ficou evidente principalmente na indústria, que registrou o primeiro recuo da produção em 5 meses, enquanto o ritmo de crescimento entre os serviços foi o mais lento desde abril. Por outro lado, a inflação de consumo de insumos perdeu ímpeto pela primeira vez em 6 meses, sinalizando um potencial pico para as pressões de preços. Esse fato contribuiu para o aumento mais lento, embora ainda sólido, dos custos de produção desde abril. As empresas continuaram atribuindo os preços crescentes aos custos mais altos com funcionários, combustíveis, energia e semicondutores à medida que o iene perdeu força frente ao dólar.
Na Coreia do Sul, o ministro das Relações Exterioresl, Park Jin, se reuniu em Tóquio nesta segunda-feira (18), com o ministro das Relações Exteriores do Japão, levando uma mensagem de reconciliação na esperança de que os vizinhos possam superar disputas históricas e reparar laços.
Os parlamentares do Sri Lanka elegeram nesta quarta-feira (20) o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe como presidente do país do sul. O movimento do Congresso provavelmente irritará os manifestantes que exigem a remoção de Wickremesinghe do cargo há semanas. Wickremesinghe — seis vezes ex-primeiro-ministro e aliado-chave do ex-presidente Gotabaya Rajapaksa — ganhou uma votação parlamentar depois que seu antecessor fugiu do país em meio a protestos crescentes desencadeados pela crise econômica que assola o país. O país de 22 milhões de pessoas está sendo afetado pela falta de moeda estrangeira, provocando escassez de combustível, alimentos e medicamentos à medida que os preços disparam.
O novo presidente do Sri Kanka, Ranil Wickremesinghe – Abhishek Chinnappa/Getty Images
Um grupo de direitos humanos que documenta supostos abusos no Sri Lanka apresentou uma queixa criminal ao procurador-geral de Singapura, pedindo a prisão do ex-presidente Gotabaya Rajapaksa por seu papel na guerra civil de décadas do país do sul da Ásia.
Na Índia, parlamentares escolheram a primeira presidente mulher entre as comunidades tribais do país nesta quinta-feira (21), o que pode aumentar o apelo do partido do primeiro-ministro Narendra Modi entre grupos marginalizados antes das eleições gerais de 2024. Draupadi Murmu, uma professora de 64 anos que se tornou política, será a segunda mulher a ocupar o cargo em grande parte cerimonial como chefe da república quando assumir o cargo em 25 de julho, no início de um mandato de cinco anos.
Draupadi Murmu, 64, eleita a nova presidente da Índia – Amit Dave/ Reuters
Cenário Nacional
A Petrobras (PETR3;PETR4) anunciou na última terça-feira (19) uma redução no preço médio da gasolina vendida às distribuidoras de combustível, de R$ 0,20. Tal reajuste começou a valer na quarta-feira (20) e fez com que o litro fornecido pela estatal caísse de R$ 4,06 para R$ 3,86. Trata-se da primeira redução do preço da gasolina desde dezembro de 2021, quando a Petrobras reduziu o preço do combustível em R$ 0,10 fazendo o mesmo variar de R$ 3,19 para R$ 3,09. De acordo com a estatal, tal queda é justificada pela evolução dos preços internacionais de referência, que se mostraram em níveis inferiores para a gasolina. Ainda segundo a petrolífera, o reajuste anunciado no dia 19 fez com que sua participação no preço pago pelo consumidor fosse de, em média, R$ 2,96 para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba.
Refinaria Henrique Lage (Revap), da Petrobras. Fonte: Petrobras
No âmbito político, com o início do período das convenções partidárias na última quarta-feira (20), algumas figuras chaves das eleições de 2022 oficializaram suas candidaturas. Ainda na quarta-feira (20), em uma convenção nacional do PDT, aconteceu a homologação da candidatura do ex-ministro Ciro Gomes à Presidência. Ciro Gomes, mesmo com a candidatura confirmada, ainda não oficializou qual será a pessoa a ocupar a cadeira de vice-presidente da chapa.
Na quinta-feira (21), durante a convenção nacional da sigla em São Paulo, o Partido dos Trabalhadores (PT) oficializou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cargo de Presidente da República. A convenção também contou com a aprovação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) como vice-presidente, a oficialização de Alckmin na chapa está prevista para ocorrer dia 29 de julho.
No domingo (24) foi a vez do Partido Liberal (PL) homologar seu candidato à Presidência da República, o atual presidente Jair Messias Bolsonaro. A confirmação aconteceu na convenção nacional da sigla e a chapa terá o general Braga Netto concorrendo à vice-presidência.
Indo para os indicadores econômicos brasileiros, tivemos uma agenda semanal bastante escassa. Na segunda-feira (18), o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) referente ao mês de julho foi divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice de inflação subiu +0,6% para o mês em questão, uma variação um pouco mais tímida do que a do mês imediatamente anterior, de +0,74%. No ano de 2022 o IGP-10 registra uma variação de +9,18% e no acumulado dos últimos 12 meses, de +10,87%. Em julho de 2021 a taxa de inflação medida pelo IGP-10 ficou em +0,18%, indicando a agressividade do resultado atual.
No que se refere à esfera fiscal dos indicadores econômicos, na quinta-feira (21) a Receita Federal divulgou a Receita Tributária Federal relativa ao mês de junho. A arrecadação de impostos federais para o período foi de R$ 181bi e o acumulado dos últimos 12 meses ficou em R$ 2,1tri. A receita para o mês de junho teve uma alta de 18%, descontada a inflação, em relação ao mesmo período de 2021, encerrando o primeiro semestre com melhores resultados de toda a série histórica, iniciada em 1995. Entretanto, de acordo com o Banco Safra, é prevista uma desaceleração da arrecadação em consequência de uma diminuição do fôlego da atividade econômica.
Evolução da arrecadação federal. Fonte: Receita Federal e Valor Data.
*Valores correntes.
No que tange a temporada de resultados do segundo trimestre de 2022, na última semana tivemos o resultado da multinacional brasileira WEG (WEGE3), que ocorreu na quarta-feira (20). A empresa especializada em equipamentos eletroeletrônicos registrou um lucro líquido de R$ 912,9 milhões para o trimestre, sendo 19,5% menor do que o valor registrado no mesmo trimestre de 2021. O Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado apresentou uma queda de -9,8% no 2T22, ficando em R$ 1,256bi, e a margem Ebtida (Ebtida sobre receita líquida) ajustada mostrou uma baixa de -6,7% se comparada com o segundo trimestre de 2021. A receita líquida informada foi de R$ 7,185bi, uma alta de 25% na comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com a WEG, os principais pontos que contribuíram para a redução das margens operacionais foram os aumentos nos custos das principais matérias-primas que fazem parte da estrutura de custos da mesma, assim como uma mudança de mix de produtos e o.encarecimento de sua logística por conta da alta nos combustíveis.
Em uma semana com grandes decisões de juros nos bancos centrais, como no Banco Central Europeu (BCE), o Índice Bovespa encerrou o período apresentando uma alta de +2,46% aos 98.924 pontos. Em relação ao câmbio, o dólar encerrou a semana registrando uma elevação de +1,67% contra o real, ficando em R$ 5,50/US$.
Perspectivas Para a Próxima Semana
Cenário Internacional
O destaque é a reunião de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira (27). A projeção das equipes de análise econômica do Bank of America, Itaú e Bradesco são de uma alta de 0,75 ponto percentual, mesma magnitude da elevação em junho, colocando os juros no patamar entre 2,25% e 2,5%.
Olhando para frente, a projeção do BofA é de um outro aumento de 0,5 ponto em setembro e dois aumentos adicionais de 0,25 ponto até o final do ano, o que traria a taxa para o intervalo entre 3,25%-3,50%. Além disso, na quinta-feira (28), a prévia do PIB dos EUA do segundo trimestre será divulgada. A projeção do Bradesco é de uma leve alta de 0,4% na comparação trimestral.
Já na Europa, a prévia da inflação de julho será publicada na sexta-feira, junto com a primeira leitura do PIB do segundo trimestre na zona do euro e na Alemanha. Por fim, na China, as sondagens de manufatura e não-manufatura para julho serão divulgadas também na sexta.
Na seara de resultados do mercado americano, teremos General Motors, McDonald’s Corp, Microsoft Corp, Mondelez, Ford Motor Co, Mastercard, Amazon.com, Apple Inc, Exxon Mobil, entre outros.
Resultados que serão reportados na próxima semana no mercado americano.
Fonte: Interactive Investor
* PMO = Antes do mercado abrir (do inglês, Pre Market Open), AMC = Depois do mercado fechar (do inglês, After Market Close).
Cenário Nacional
No Brasil, o grande destaque fica para o IPCA-15 de julho, que será divulgado na terça-feira (26). O Morgan Stanley espera alta de 0,18% na comparação com junho, com a alta em 12 meses indo para 11,44%. Já a projeção do Itaú é de um aumento mensal de 0,19%, levando a taxa anual a 11,46% (de 12,04% em junho). O Morgan reforça que as recentes medidas fiscais aprovadas pelo Congresso visaram trazer alívio de curto prazo sobre a inflação, mas foram seguidas por um aumento nas expectativas de inflação de longo prazo para 2023 e 2024 – ambas já acima da meta, uma vez que parte das medidas são temporárias, com duração até o final do ano.
Outro dado de inflação que será conhecido na próxima semana será o IGP-M de julho, na quinta feira (28), com projeção do Itaú de um aumento mensal de 0,35%, levando a taxa anual a 10,2%, de 10,7% em junho.
Sobre a atividade econômica, os destaques serão os dados de junho relativos à criação formal de empregos (CAGED), na quinta-feira (28), e a taxa de desemprego (PNADC), na sexta-feira (29). “Após dois meses com leituras positivas para o mercado de trabalho, esperamos que a taxa de desemprego dessazonalizada recue de 9,5% para 9,4%”, projeta o Itaú. Ao longo da semana, o Banco Central divulgará parte das notas econômico financeiras, começando com os dados de março do balanço de pagamentos, na segunda (25), dados de crédito de março e abril na quarta (27), e a nota de política fiscal, com resultados até maio, na sexta.
Na quinta-feira será divulgado o resultado primário do governo central de junho, para o qual o Itaú projeta superávit de R$ 14,5 bilhões. No dia seguinte, serão divulgados os números do saldo primário consolidado, ainda de maio (já que o banco central normaliza gradualmente a agenda de publicações após o fim da greve dos servidores), para o qual projeta déficit de R$ 34,3 bilhões.
Na política, a agenda da próxima semana tende a permanecer bastante vazia, devido ao recesso legislativo em curso no meio do ano. Fora isso, é importante acompanhar as pesquisas eleitorais que serão divulgadas durante a semana e a agenda de convenções partidárias com a oficialização das candidaturas.
Já na seara de resultados da Bolsa brasileira, teremos resultados como Intelbras (INTB3), Suzano (SUZB3), Carrefour (CRFB3), Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), Ambev (ABEV3), Banco Santander Brasil (SANB11),Vale (VALE3), Fleury (FLRY3), entre outros.
Resultados que serão reportados na próxima semana no mercado brasileiro.
Fonte: XP Research/Bloomberg
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